Vamos explorar um tema de extrema relevância para os cavalos atletas: a Síndrome Podotroclear, uma das patologias mais comuns que afetam esses nobres animais. Entender seus detalhes é essencial para um diagnóstico preciso e uma escolha terapêutica mais eficiente. Vamos desbravar alguns pontos importantes sobre essa síndrome e como lidar com ela da melhor forma possível.
1. A complexidade das patologias envolvidas
A Síndrome Podotroclear não é uma condição isolada, mas sim um conjunto de patologias que afetam várias estruturas no membro distal do cavalo. Entre as principais estruturas envolvidas, estão:
Osso Navicular (sesamoide distal)
Tendão Flexor Profundo (fibrilação do aspecto dorsal do tendão, com ou sem aderências)
Ligamentos colaterais do navicular
Bursa do Navicular
Articulações interfalangeanas
Ligamentos colaterais da articulação
Interfalangeana distal
2. Entendendo a biomecânica das lesões podotrocleares:
Para compreender melhor a síndrome, é importante conhecer a biomecânica das lesões envolvidas. Estudos indicam que a maior sobrecarga no osso navicular ocorre durante as curvas, resultando em falhas de adaptações funcionais e remodelamento, especialmente ao redor da crista sagital. A força e o estresse nessa região durante o movimento podem ser até duas vezes maiores em cavalos com a doença do navicular.
3. Combinações comuns de lesões durante o diagnóstico:
Durante o diagnóstico da Síndrome Podotroclear, é muito comum encontrar combinações de lesões em diversas estruturas. Pesquisas com ressonância magnética em cavalos com dor distal nos membros revelaram que poucos casos apresentavam apenas anormalidades no osso navicular e tendão flexor profundo. A maioria dos casos envolvia combinações complexas entre o osso navicular, ligamentos adjacentes e outras estruturas.
4. Compreendendo a dor nos cavalos acometidos:
A dor associada à síndrome do Navicular parece estar relacionada à congestão venosa do osso navicular. Além disso, ligamentos colaterais e distais do navicular possuem muitas terminações nervosas, podendo também ser mediadores da dor. Estudos iniciais indicam um aumento de terminações nervosas específicas em cavalos com a patologia, o que pode auxiliar no diagnóstico e tratamento.
5. Estratégias terapêuticas para a Síndrome Podotroclear:
Uma abordagem terapêutica assertiva é crucial para o sucesso do tratamento da Síndrome Podotroclear. Algumas estratégias a serem consideradas, dependendo do quadro geral do paciente, incluem:
- Uso de Bifosfonatos por via sistêmica ou perfusão regional para ajudar a reduzir a reabsorção óssea e promover a remodelação.
- Terapias regenerativas, que favorecem a cicatrização dos tecidos moles envolvidos.
- Casqueamento e ferrageamento terapêuticos para alcançar o equilíbrio do casco e reduzir as tensões mecânicas nas estruturas afetadas.
- Controle da dor, considerando o bem-estar do animal e a redução do processo inflamatório.
- Utilização de técnicas de fisioterapia, como terapias com ondas de choque e laser, para estimular a recuperação e promover o alívio da dor.
- Reabilitação adequada com o uso de um piso correto e um protocolo gradual, adaptado conforme a evolução das lesões.
A Síndrome Podotroclear é uma condição complexa e desafiadora que requer atenção cuidadosa e abordagem terapêutica bem definida. Compreender a biomecânica das lesões, as combinações possíveis durante o diagnóstico e as estratégias terapêuticas disponíveis é fundamental para proporcionar aos cavalos atletas a melhor qualidade de vida possível. Lembre-se sempre de contar com o auxílio de profissionais veterinários especializados para garantir o diagnóstico correto e o tratamento adequado.
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