No universo dos esportes equestres, o debate sobre o bem-estar dos cavalos está mais atual do que nunca. Em particular, a questão da hiperflexão do pescoço, conhecida em inglês como "hyperflexion" e em alemão como "rollkur", tem despertado a atenção de cavaleiros, treinadores, veterinários e órgãos reguladores. Essa polêmica prática, que envolve forçar o cavalo a adotar uma posição de extrema flexão do pescoço, traz consigo sérios riscos à saúde do animal e ao seu desempenho esportivo.
O que é a hiperflexão?
A hiperflexão, como o próprio nome sugere, refere-se à posição em que o cavalo é submetido a um flexionamento exagerado do pescoço, cabeça e nuca. Para atingi-la, são utilizados métodos que incluem embocaduras fortes, rédeas de apoio, gamarras fixas e outros equipamentos. Embora seja mais comumente associada à modalidade de adestramento, a hiperflexão é observada em praticamente todas as disciplinas equestres.
Os riscos para a saúde do cavalo
A prática da hiperflexão pode resultar em dores agudas ou crônicas na região do pescoço e coluna do cavalo. Além disso, pode causar a compressão da abertura da laringe, dificultando a respiração do animal. Estudos demonstram que treinar um cavalo sob hiperflexão desencadeia reações de estresse, afetando parâmetros como frequência cardíaca e níveis de cortisol.
Um estudo realizado na Alemanha, com o uso de eletromiografia, revelou que cavalos que treinam com o pescoço e a cabeça formando um ângulo de até 45 graus entre eles (posição chamada de "à frente da vertical") estimulam os músculos da "topEmail do pescoço, como o esplênio e o trapézio. Por outro lado, cavalos que treinam sob hiperflexão (também conhecida como "atrás da vertical") estimulam principalmente os músculos braquiocefálicos, causando sobrecarga nos ligamentos nucal e supraspinatus. Essa tensão muscular constante pode levar a dores palpáveis, observadas frequentemente em clínicas veterinárias.
Consequências para o desempenho esportivo
Além dos riscos à saúde do cavalo, a hiperflexão também tem implicações no desempenho esportivo. A estimulação excessiva dos músculos braquiocefálicos pode resultar em um andamento não natural dos membros anteriores, o que pode ser uma das razões pelas quais essa técnica é utilizada, apesar de não ser saudável para os cavalos.
A Importância da preparação profissional
Para os profissionais envolvidos nos esportes equestres, como veterinários, fisioterapeutas e ferradores, é fundamental conhecer as particularidades da modalidade em que o cavalo se destina, o treinamento e suas fases, detalhes sobre o equipamento, o piso e a rotina do animal. Essas informações desempenham um papel crucial na avaliação clínica, na detecção de possíveis problemas e na preparação do cavalo para que ele possa expressar todo o seu potencial atlético.
Em conclusão, a discussão em torno da hiperflexão do pescoço dos cavalos nos esportes equestres é de extrema importância. É essencial que todos os envolvidos nesse mundo se comprometam com o bem-estar dos animais, evitando práticas prejudiciais à saúde e ao desempenho dos cavalos. A atenção aos detalhes e a preparação profissional adequada são passos fundamentais para garantir que nossos equinos estejam saudáveis e prontos para brilhar nas competições.
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