Musculatura dorsal em cavalos de esporte

 

A performance excepcional de um cavalo de esporte não se constrói apenas sobre a velocidade e a agilidade, mas também sobre a fundação essencial de uma musculatura dorsal forte e saudável. Ao adentrar nas complexidades das articulações, coluna e patologias relacionadas, fica evidente que o desenvolvimento dessa região é um fator-chave para a recuperação de lesões e para um desempenho sustentado ao longo do tempo. 

 

Doenças cervicais, lombares, sacroilíacas e outras questões biomecânicas podem desafiar a saúde equina, levando a uma pergunta crucial: Como podemos otimizar o desenvolvimento da musculatura dorsal? A resposta repousa na capacidade dos animais de se recuperarem de lesões pré-existentes e de enfrentar as demandas atléticas com as patologias sob controle. Nesse cenário, o desenvolvimento da musculatura dorsal não é apenas importante, mas sim uma necessidade imperativa. 

 

O processo de treinamento que visa fortalecer essa musculatura é um percurso gradual que não aceita atalhos. O foco na conexão consistente através do dorso do cavalo, impulsionada pelos posteriores ativos, é o segredo para um contato franco e estável com a embocadura, permitindo ao cavalo alcançar sua máxima performance biomecânica. 

A construção dessa musculatura postural - dorsal e abdominal - para manter a postura adequada e facilitar a transmissão eficiente de energia dos membros posteriores ao bridão, é um investimento de tempo e dedicação. Independentemente da idade do cavalo, o fortalecimento da "Top Line" pode levar de 1 a 2 anos. 

 

Entre os benefícios de uma musculatura dorsal bem desenvolvida está o aumento do espaço entre os processos espinhosos vertebrais, evitando condições como "kissing spines" que derivam do contato ósseo indesejado. Estudos apontam que cerca de 39% dos cavalos de esporte exibem radiografias com estreitamento entre esses processos, mas nem todos manifestam sintomas relevantes. O desenvolvimento adequado da musculatura dorsal pode proteger essas estruturas e prevenir complicações. 

 

Uma musculatura dorsal tensa resulta em um "dorso oco", com passadas curtas, maior proximidade entre as vértebras (agravando quadros de "kissing spines") e sinais de desconforto. Em contraste, cavalos que utilizam sua musculatura dorsal para sustentar e flexionar a coluna são conhecidos como "Raised back" ou "Dorso Elevado", apresentando passadas amplas, pescoço alongado e flexibilidade em movimentos laterais. 

 

Naturalmente, a resposta dos cavalos ao estresse envolve levantar a cabeça, tensionar a musculatura dorsal e buscar a fuga. Contudo, a montaria não é um estímulo natural, exigindo que treinadores reeduquem os cavalos para responderem de maneira diferente à presença do cavaleiro. 

 

O entendimento biomecânico da musculatura dorsal é uma ponte crucial entre veterinários e treinadores. Isso garante que, independentemente da modalidade esportiva, os cavalos possam se beneficiar de exercícios que protejam seu corpo, promovendo prazer em sua prática esportiva. Além do desenvolvimento muscular, fatores como a escolha da sela adequada, equilíbrio dos cascos e a postura do cavaleiro também desempenham papéis significativos na saúde da coluna. 

 

Em resumo, a musculatura dorsal é o alicerce da performance e saúde duradoura nos cavalos de esporte. Investir tempo e esforço no desenvolvimento dessa região é uma estratégia inteligente para enfrentar os desafios biomecânicos e assegurar a excelência atlética com bem-estar animal. 

 

Andressa Maranhão

 

12/09/2023

 

 

 

 

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