Relação do casco e mecanismos de dor

Os cavalos são magníficos animais, e a integridade de seus cascos é de extrema importância para seu bem-estar e desempenho. As patologias que podem afetar os cascos, como a laminite, abcessos subsolares, fraturas de terceira falange, fraturas de osso navicular e cartilagens alares, podem ser debilitantes e dolorosas. Para melhor compreender essas condições e encontrar estratégias adequadas de manejo da dor, é essencial conhecer em profundidade os mecanismos que o corpo do cavalo utiliza para transmitir e responder aos estímulos de dor. 
 

As Lâminas Dermais e Epidermais e a Laminite 
 

A laminite é uma das condições mais desafiadoras para a saúde dos cascos dos cavalos. Ela afeta a integridade das lâminas dermal e epidermal, partes do aparato suspensório da falange distal que facilitam a transferência de forças entre o solo e o esqueleto durante o suporte de peso. Compreender as consequências funcionais e os mecanismos de dor associados à laminite é crucial para formular estratégias de manejo adequadas. 
 

A Inervação dos Cascos 
 

A porção distal dos membros torácicos e pélvicos dos cavalos é inervada por nervos sensoriais que têm origem em C7, C8, L6, S1 e S2. Os cascos são inervados por ramificações dos nervos digitais medial e lateral, bem como pelo ramo dorsal do nervo palmar/plantar. Essa complexa inervação transmite informações sensoriais diversas ao sistema nervoso central, incluindo propriocepção, nocicepção e interocepção. 
 

Receptores Sensoriais dos Cascos 
 

Os cascos dos cavalos possuem diferentes tipos de receptores sensoriais. Os corpúsculos lamelares do tipo Pacciniano e de Ruffini estão localizados na derme da ranilha e bulbos dos talões e são sensíveis à pressão, transmitindo informações importantes sobre o posicionamento do casco e sua interação com o solo. Além disso, existem complexos de células de Merkel no epitélio da coroa do casco, responsáveis pelas sensações táteis nos aspectos dorsal e lateral. 
 

Transmissão de Sinais Nociceptivos e Dor 
 

Os sinais nociceptivos, relacionados à estimulação nociva, são transmitidos por uma rede complexa de fibras nervosas mielinizadas e amielínicas. Essas fibras convertem danos mecânicos, químicos e estímulos térmicos em impulsos sensoriais, gerando a percepção de dor. A densidade e distribuição dessas fibras nervosas ainda são pouco definidas nos cascos, mas já se sabe que tanto as fibras peptidérgicas quanto as adrenérgicas estão presentes nos tecidos dérmicos. 
 

Manejo da Dor nos Cascos dos Cavalos 
 

Dada a complexidade da transmissão sensorial nos cascos dos cavalos, o manejo da dor deve ser abordado de forma abrangente. O tratamento físico pode envolver a utilização de métodos de fisioterapia, além de ferraduras adequadas, suportes de sola e ranilha para melhor estabilização dos cascos. Já o tratamento químico pode abranger diversas categorias de medicamentos que atuam em diferentes frentes de estímulos dolorosos. 
 

A sensibilidade dos cascos dos cavalos é um tópico complexo e fundamental para garantir a saúde e o bem-estar desses nobres animais. Compreender os mecanismos de dor e a inervação dos cascos é essencial para formular estratégias eficazes de manejo da dor e tratamento das patologias que podem acometer essa região. Ao considerar abordagens físicas e químicas, veterinários e cuidadores podem oferecer aos cavalos uma melhor qualidade de vida, especialmente quando enfrentam patologias que exigem tratamento contínuo e cuidados prolongados. O conhecimento contínuo e o avanço da pesquisa nessa área são essenciais para proporcionar aos cavalos a atenção que merecem e assegurar seu bem-estar ao longo do tempo. 
 

Andressa Maranhão
 
28/07/2023

 

 

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